terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Período sensório-motor (0-2 anos)

A criança vê, ouve, toca, saboreia… e reage a estas sensações por movimentos: o olhar (um objecto que se mexe no seu campo visual), virar a cabeça (no sentido de um barulho), palpar (o seu brinquedo em pelúcia) ...
Ao longo deste período, a criança torna-se um ser que organiza as suas actividades sensório-motoras em relação com o seu meio circulante: procede por tentativas e erros e resolve problemas simples. É deste modo que ela consegue trazer a si um brinquedo que se encontra no fundo da sua caminha, ao abanar o berço, ao puxar pela coberta, ao apanhar o fio preso a um brinquedo… a sua actividade diferencia-se e orienta-se para objectivos.
A evolução da inteligência decorre antes do desenvolvimento da linguagem. A criança estabelece muito cedo relações entre objectos separados. O rosto dos pais, por exemplo, muda quando eles a abraçam ou se são vítimas de um acesso de tosse. Estas configurações globais bastante grosseiras ainda, foram chamadas por Piaget “esquemas”.
A sucção constitui por certo o esquema típico do recém-nascido. Sob a influência da experiência e da aprendizagem, este esquema modifica-se, transpõe-se e generaliza a situações análogas. Aos 2 meses de idade, a criança leva a mão à boca e chupa o dedo. Este novo hábito deriva do esquema primitivo da sucção.
A criança cria esquemas que estruturam as informações recebidas pelos sentidos e produz respostas aos estímulos circundantes. O seu comportamento é adaptativo na medida em que ela modifica constantemente os seus esquemas reaccionais: é nisso, também, que é inteligente.
Os esquemas sensório-motores são as raízes a partir das quais se desenvolverão os esquemas conceptuais.

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